Estou forçando portas
Já cansadas de funcionar
Tento recalcular a rota
Mas não saio do lugar
As musas quiseram tirar férias sem me avisar
Logo agora que eu queria me provar
E mesmo assim, eu continuo artista
Um auto agiota
Que só sabe cobrar
Se intitulando fábrica
Não querendo parar
Ignorando o que meu baixo ânimo diz
Mas um repouso iria me ajudar
E mesmo assim, eu continuo artista
Criamos regras, restrições
Nossas próprias repressões
Maltratando o criar
Nos comparando a máquinas
Não tem nada mais humano
Que subestimar seus próprios feitos
Confundindo quantidade
Com minha capacidade
De transformar minha existência
Em artigo inspirador
Ainda sou artista
Desde que eu me permita
Ainda sou artista
Se eu humanizar minha vista