\"Num país de extremos, onde o povo se debate, quem tá no poder só fortalece o contraste.\"
Verso 1
Eles vestem toga, mas cadê a humildade?
Juízes ou reis, julgando a sociedade.
STF no trono, poderes sem limite,
Escrevendo novas regras, apagando o que permite.
Enquanto isso, o povo na fila do SUS,
Remédio negado, esperança vira cruz.
O trabalhador não tem vez pra se ausentar,
Mas governador some e vai comemorar.
Doente na palavra, curado na paixão,
Se fosse o peão, já tinha recebido a demissão.
Refrão
Brasil de contrastes, povo sem visão,
Quem pune o poder que rasga a Constituição?
Enquanto eles reinam, a nação se desfaz,
O povo carrega a dor que a elite nunca faz.
Verso 2
No Brasil, a política é um jogo marcado,
De um lado o povo, do outro o dinheiro roubado.
CPI vira show, circo pro telespectador,
Mas a verdade tá no bolso do impostor.
Quem paga a conta é o povo que trabalha,
Dois empregos, sem descanso, mas não falha.
Enquanto Brasília brinda com vinho e charuto,
No Nordeste a seca traz a fome e o luto.
Quem castiga o político que mente no palanque?
A justiça finge que não viu, segue o banque.
Refrão
Brasil de contrastes, povo sem visão,
Quem pune o poder que rasga a Constituição?
Enquanto eles reinam, a nação se desfaz,
O povo carrega a dor que a elite nunca faz.
Ponte
E se o peão decidisse se ausentar,
Pra viver seu momento, respirar, desabafar?
A carteira assinada virava papel rasgado,
Enquanto o patrão ri, com o bolso recheado.
Do STF ao planalto, quem tá no comando?
São eles ou nós, que seguimos lutando?
Verso 3
Reformas que não vêm, promessas vazias,
Enquanto a fome bate nas portas das periferias.
O salário não compra nem metade do mês,
Mas os juízes votam seu aumento outra vez.
E o povo cego aplaude o discurso pomposo,
Sem notar que é manipulado, como gado preguiçoso.
Mas a música é um grito, a verdade é um estalo,
Pra acordar quem ainda acredita nesse embalo.
Refrão
Brasil de contrastes, povo sem visão,
Quem pune o poder que rasga a Constituição?
Enquanto eles reinam, a nação se desfaz,
O povo carrega a dor que a elite nunca faz.
Final
E o Brasil segue, de tropeço em tropeço,
Mas a voz que se cala nunca constrói progresso.
É hora de gritar, levantar do chão,
O gigante só acorda com sangue e união.