Cláudio nasceu no sertão do sertão,
Com uma coluna que já veio torta, meu irmão!
Desde pirralho, Cláudio reclamava,
\"Dói aqui, dói ali, porra, que desgraça!\"
Foi ao médico, foi ao curandeiro,
Fez promessa, tomou chá de macumbeiro.
Nada resolvia, a dor só piorava,
“Mas que diabos é isso? Que praga desgraçada!”
Ô Cláudio, homem de dor e confusão,
Cada espirro é uma pancada, cada passo um palavrão!
Ele diz: \"Caralho, que vida é essa?!
Até o vento me bate e me arregaça!\"
Na escola, era sempre o mesmo drama,
Sentava torto, parecia uma banana.
No futebol, sempre era goleiro,
“Vai que a porra do chute me quebra o joelho inteiro!”
Na adolescência, tentou namorar,
Mas cada beijo vinha com um “ai” de arrepiar.
A menina perguntava: \"Tá gostoso, meu amor?\"
E ele gritava: \"Gostoso é o cacete, me dói até o suor!\"
Ô Cláudio, homem de dor e confusão,
Cada espirro é uma pancada, cada passo um palavrão!
Ele diz: \"Caralho, que vida é essa?!
Até o vento me bate e me arregaça!\"
Foi fazer yoga, quase desmaiou,
Foi na massagem, e o massagista chorou.
Comprou colchão caro, tomou vitamina,
Mas acordou gritando: “Puta merda, é minha espinha!”
Agora já velho, com a péle enrugada,
Cláudio é a sombra da sua jornada
Levanta da cadeira soltando gemido,
“Parece que tô parindo um elefante fudido!”
No posto de saúde, ele é figurinha,
Conhece o médico, o enfermeiro, até a faxineira da cozinha.
Mas nada resolve, só prescrevem remédio,
E ele grita: “Caralho, essa porra é um mistério!”
Foi pra acupuntura, ficou parecendo um porco-espinho,
No quiroprata, ouviu um “crack” que deu calafrio.
Tentou terapia, ouviu: “É tudo da mente!”
E ele gritou: “Minha mente? Tá louca, é meu corpo que tá doente!”
Ô Cláudio, homem de dor e solidão,
Cada dia mais pesado, um eterno arrastão.
Ele diz: \"Porra, que merda de vida é essa?
Quero descanso, chega dessa promessa.\"
Numa noite gelada, Cláudio se foi,
Deixando pra trás as dores que corrói.
No jornal, só uma linha pra lamentar:
\"Cláudio, o homem que viveu pra lutar.\"